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4 dicas para negociar as dívidas e organizar as finanças

Veja dicas práticas para eliminar as dívidas, organizar as finanças e criar o hábito de investir.


Agora que 2021 começou é hora de executar os novos planos. E depois de um 2020 cheio de desafios na economia, é bem possível que organizar as finanças faça parte das suas metas.

Saiba por onde começar um projeto rumo a uma vida financeira mais saudável, que permita eliminar as dívidas, economizar dinheiro e começar a investir em menos de um ano.

1) Identifique o problema

De nada adianta fazer contas, planos, ler reportagens e livros sem uma mudança na forma de encarar a relação com o dinheiro. Isso não significa cortar todos os gastos e viver na pendura, mas, sim, refletir sobre a forma como você gasta seu dinheiro hoje.

“Qualquer um tem o direito de gastar, de sonhar com um carro, uma casa própria, uma viagem e com conforto. A questão é que as pessoas, muitas vezes pressionadas pela sociedade, querem mostrar um status que não podem ter e é nessa hora que elas se endividam”, diz Rodrigo Cohen, investidor profissional (CNPI-T),

É comum que os problemas financeiros estejam associados a raízes psicológicas. Vale refletir se você não está gastando mais do que deve para compensar uma frustração. Nesse caso, atacar a raiz da questão, como um problema familiar ou no trabalho, por exemplo, vai ser muito mais efetivo do que atacar a consequência, aquele gasto compensatório.

2) Mude o comportamento

Depois, é preciso preciso esforço para que a reflexão se transforme em mudança. Para isso, a dica é focar na autorresponsabilidade. Em vez de gastar tempo lamentando que o seu salário é baixo ou que o seu trabalho está longe de ser o emprego dos sonhos, a ideia é partir para a ação.

“Muita gente reclama, mas não faz nada para mudar. Você se torna merecedor do que busca fazendo jus a isso. Se quer gastar mais, tem que ganhar mais. Para ganhar mais, é preciso estudar mais, tirar certificação, fazer algum curso, pós-graduação, empreender, ser uma pessoa melhor no trabalho, enfim, sair da zona de conforto”, diz Cohen.

Para Cássia D’Aquino, psicanalista e consultora internacional de educação financeira, a tentação de terceirizar a responsabilidade sobre as dificuldades financeiras fica ainda maior diante de uma crise como a atual.

“A tentativa de colocar a culpa no mundo é cômoda sempre, mas agora também é conveniente. É importante fazer um exame de cenário e consciência: quanto disso é a pandemia e quanto sou eu mesmo, usando a crise como desculpa para repetir erros? Se tem gente que ganha menos que eu e, mesmo na crise, consegue se organizar por que eu estou sempre endividado?”, diz Cássia.

3) Faça um raio-x das dívidas

Reflexões feitas, hora de agir. Para começar, analise duas questões cruciais: o tamanho das dívidas e se você está na dívida errada.

Anote todas as pendências, sejam a fatura do cartão de crédito, o limite do cheque especial ou um empréstimo pessoal. Detalhe o saldo devedor de cada empréstimo (quanto você deve no total); a modalidade (se é uma dívida no cartão, consignado, empréstimo pessoal, etc.); os juros cobrados; e o prazo.

Em seguida, separe os débitos por prioridade: veja quais dívidas são mais urgentes e podem levar à perda de bens, ou corte de serviços e quais têm juros mais elevados. Para saber melhor como priorizá-las, veja as punições aplicadas em cada caso.

Com os dados reunidos, é possível ver o tamanho real do problema e pensar em soluções viáveis.

4) Renegocie

Ao partir para a negociação, Michael Viriato, professor de finanças do Insper, diz que o primeiro passo é buscar dívidas mais baratas. “Muitas vezes a pessoa entra em dívidas caras, como no cartão de crédito e cheque especial. O caminho mais efetivo para reduzir os custos é migrar a dívida para outra modalidade”, diz.

Segundo dados do Banco Central, em dezembro de 2020 os juros do cheque especial estavam em 113,6% ao ano e os do rotativo do cartão de crédito, em 319,8%. Já o consignado, aquele empréstimo com desconto em folha, que é um dos mais baratos do mercado, registrou juros médios de 21,1% ao ano em dezembro. Significa que ao migrar uma dívida de R$ 5 mil, por exemplo, do rotativo para o consignado, os juros caem de R$ 634 em um mês para R$ 80.

Como o consignado é restrito a servidores públicos, aposentados e pensionistas do INSS e trabalhadores privados de empresas conveniadas com bancos, para quem não tiver acesso Viriato sugere outra opção: o crédito com garantia do imóvel ou do carro, também chamado de home e car equity ou refinanciamento. “Os juros são mais baixos, mas tem risco, você pode perder o imóvel ou o carro, por isso é um empréstimo que precisa ser muito bem planejado”, alerta.

Ao conversar com o banco, proponha um acordo dentro da sua possibilidade de pagamento, para não criar uma nova dívida impagável. Ao negociar com calma e conhecendo seus limites, o devedor fica menos vulnerável a eventuais abusos por parte dos credores.

Viriato diz ainda que é importante comparar não só as opções de empréstimo dentro do seu banco, mas também entre concorrentes. “É possível ir para fintechs se o banco não tiver alternativas mais baratas. É como adquirir qualquer produto: é preciso consultar várias instituições para ver qual tem a condição mais vantajosa”, orienta.



Fonte: Contábeis.


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